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Valentins quer ser o novo Castelo Rá-Tim-Bum

Série infantil do Gloob tem inspirações no clássico da TV Cultura; e tem potencial pra ir longe

Por Aline Oliveira, publicado em 14/07/2017.
Minha filha só fala de “Valentins” nos últimos dias. A nova série infantil do Gloob também chamou minha atenção. “Valentins” me fez lembrar do início do “Castelo Rá-Tim-Bum”, clássico sucesso da TV Cultura dos anos 90 e que ganhou uma fantástica exposição. Abaixo explico por que comparo Valentins e Castelo Rá-Tim-Bum. E aproveito a oportunidade para me divertir com as teorias da conspiração sobre o fim do Castelo (“por que o Castelo Rá-Tim-Bum acabou, a verdade” – já viu essas?). Tem uma teoria que lembra aquela história sobre o verdadeiro final de 'A Caverna do Dragão', sabe? Vamos lá!

Valentins e Castelo Rá-Tim-Bum

A série Valentins foi lançada em junho de 2017 e a primeira temporada chegou ao fim em 14 de julho. É uma criação da atriz Cláudia Abreu, em parceria com Flavia Lins e Silva (do sucesso “Detetives do Prédio Azul”). Valentins é exibida no canal Gloob, da Rede Globo, e conta a história da família Valentim. Alice (também interpretada por Claudia Abreu) é uma alquimista e Artur Valentim, seu marido, é um químico, cientista, gênio e inventor. O casal tem quatro filhos pequenos. Alice e Artur desaparecem logo nos primeiros capítulos da série. Eles são transformados em ratos. E os filhos pequenos precisam se virar sozinhos, tentando encontrar os pais. O vilão da história é Randolfo, interpretado pelo humorista Luis Lobianco (Porta dos Fundos).
Os atores de Valentins em cenaFoto: Gloob
Mas o que me fez lembrar de Castelo Rá-Tim-Bum, assintindo Valentins? Vamos lá. Em primeiro lugar, essa reportagem é um elogio à série da dupla Claudia Abreu e Flávia Lins e Silva (mais sobre a Flávia: escritora, roteirista da TV Globo por mais de 10 anos, fez Caça Talentos, Sítio do Picapau Amarelo, Detetives do Prédio Azul, entre outros tantos trabalhos premiados para os pequenos). Se lembrou o Castelo, é porque é bom. Cada cena, dos primeiros episódios, é muito bem pensada, amarrada. O figurino dos personagens é impecável. A fotografia belíssima. Cada detalhe, cada enfeite da casa do “cientista maluco”, a utilização de cenários coloridos, enfim, nossa imaginação vai longe.
Claudia Abreu, atriz, roteirista e criadora do ValentinsFoto: Gloob
Tem mais: eu tentei recentemente assistir ao primeiro episódio de Castelo Rá-Tim-Bum com a minha filha de quatro anos. Ela assustou bastante! Lembra do boneco Mau? Ele aparece no primeiro capítulo, lá pelos canos do Castelo. A Bruxa Morgana também assusta bastante no início, até nos familiarizarmos com ela. O mesmo vale para o Doutor Victor e até para as primeiras traquinagens do Nino (Cassio Scapin), quando ele tenta assustar os seus futuros amigos após vê-los pelo binóculo na escola.
Valentins e o CasteloFoto: Divulgação
Pois esse clima de susto, suspense, mistério, magia, castelo... tudo isso vira susto, suspense, mistério e magia... na casa do cientista de Valentins. Minha filha assustou nos dois casos. Se no Castelo temos o Doutor Victor com seu figurino impecável, fazendo magias, em Valentins temos Artur com figurino semelhante e fazendo suas criações mágicas de cientista. A Alice tem traços da Penélope (lembra da Ângela Dip?), como o arquinho no cabelo e o jeito meigo. E o nosso vilão, Randolfo, batendo na porta da casa dos Valentins com um terno todo estiloso, de listras, lembra muito o Doutor Pompeu Pompílio Poposo, o Doutor Abobrinha, batendo na porta do Castelo para assustar Nino e as crianças.
Os autores Cao Hamburger e Flavia Lins e SilvaFoto: Divulgação
Deixo bem claro aqui: não quero comparar as duas séries ao pé da letra. Tanto que o Castelo tem todo um lado musical, educacional, quadros que são inseridos no contexto da rotina dos personagens, enfim, muita coisa que não tem em Valentins. E vice-versa. Valentins vai por outro caminho, tem orfanato (Chiquititas?), relação familiar, o seriado tem diversos núcleos. Apenas quero fazer essa “provocação” de que a nova série do Gloob lembra, um pouco, o clássico e fenômeno de sucesso da TV Cultura dos anos 90. Sinto essa leve inspiração. Sinto essa leve homenagem. Em entrevista ao jornal “O Globo”, Cláudia Abreu afirmou que sonha em ver a série marcando época, fazendo a diferença na vida das crianças. Seria uma realização e tanto. E é por este motivo que digo que Valentins quer ser o novo Castelo. Ou seja, Valentins quer e tem potencial para ser um grande sucesso. É só uma pena que não tenhamos mais espaço na TV aberta para uma produção como essa, com tamanha qualidade.

E quem aí não gostaria de ser o novo Castelo Rá-Tim-Bum, não é mesmo? O novo sucesso, a nova bola da vez. O próprio Cao Hamburger, criador do Castelo, tem em sua biografia outras tentativas de atrair mais o público infantil e juvenil como fez em 1994, com o lançamento da série. Depois do boom do Castelo, ele assinou o “Disney Club”, no SBT, “Um Menino Muito Maluquinho”, na TV Escola, a série “Pedro e Bianca”, na TV Cultura, além de “Que Monstro Te Mordeu?” (Cultura) e “Malhação: Viva a Diferença”, na Rede Globo. Nenhum teve tamanho sucesso quanto o Castelo Rá-Tim-Bum. E se fizerem um Castelo com personagens novos, como fez A Escolinha do Professor Raimundo, hein?

Teorias Castelo Rá-Tim-Bum
Elenco do Castelo Rá-Tim-BumFoto: Divulgação
Ao fazer uma rápida pesquisa na Internet, para escrever esse post, me deparei com uma infinidade de teorias a respeito do fim do Castelo Rá-Tim-Bum. A verdade do Castelo: entenda por que Castelo Rá-Tim-Bum acabou. Nino do Castelo Rá-Tim-Bum morreu? Enfim, quanta coisa. Haja imaginação do pessoal. Mas aqui divido com vocês uma provocação dessas que me chamou a atenção. Achei curiosa.

Por onde andam os personagens do Castelo Rá-Tim-Bum; leia mais!

Chama-se teoria Castelo Rá-Tim-Bum. Nos moldes do último episódio de A Caverna do Dragão (na verdade morreram e estão brincando com eles lá embaixo, já ouviu essa?). E essa teoria é assim: o Castelo não existe. As crianças não existem. Nino é um garoto solitário e triste. Vive sozinho. Tem o pai, que não é bruxo, é apenas distante. E a mãe, que também não é uma Bruxa Morgana. A teoria conta que essa seria a ideia de Cao Hamburger ao desenhar o enredo. Para quem se interessar, basta fazer uma rápida busca e encontrará todos os detalhes. É uma teoria triste. Mas chama a atenção. Parece aqueles finais dos primeiros filmes do M. Night Shyamalan, sabe? Eu fiquei com essa sensação.

Críticas, dúvidas, sugestões? Meu contato é jornalismo@ospaparazzi.com.br

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Publicado Por Aline Oliveira
Formada em Pedagogia, Aline Oliveira atua como professora do ensino fundamental desde 2002. Da experiência da maternidade nasceu a paixão por escrever para mães. 'Paixão pela arte de educar. Paixão por aprender. Com amor, tudo fica mais leve.' Veja mais informações
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