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Andrea Schaefer e Ataides

Dahram Djane foi a melhor DJ do Brasil em 2009

Conheça as histórias da musa das baladas em uma entrevista exclusiva para OsPaparazzi. Dahram Djane é a vencedora do Baladão do Faustão recebendo o título de Melhor DJ do Brasil

Danilo Sardinha, publicado em 24/06/2010.
No comando das pistas de dança, Dahram Djane parece ter poderes divinos. Com simples gestos das mãos, faz energia brotar das caixas de som e leva o público ao delírio. Uma virtude para poucos, mas que é marca registrada de Dahram Djane, a DJ brasiliense que tem conquistado as pick-ups de todo o Brasil.

Com sensualidade e muita animação, Dahram (junção do nome Daniela com o sobrenome Ramalho. A letra 'h' foi incorporada para dar charme ao apelido) conseguiu se firmar em um meio que, para muitos, é exclusivo dos homens. Prova disso é o título de 'Melhor DJ do Brasil', conquistado em 2009 após vencer o concurso 'Baladão do Faustão', do programa Domingão do Faustão.
Dahram DjaneFoto: Andrea Schaefer e Ataides
A loira era a única mulher entre os cinco que concorreram ao troféu. Na disputa, os DJ?s tinham que produzir remixes de músicas brasileiras, de diferentes estilos. Dahram chegou à final contra os renomados Carlo Dall?Anese e Tubarão. Com 41% dos votos do público, superou os dois.

Em entrevista exclusiva ao OsPaparazzi, Dahram relembra essa conquista e diz como ficou a carreira após o título. Além disso, ela cita detalhes sobre a vida de DJ, fala sobre o preconceito contra as mulheres na profissão, conta como são as festas em outros países... Um bate-papo imperdível! Confira:

OsPaparazzi: Quando e como surgiu o interesse pela música?
Dahram: A música sempre fez parte da minha vida de forma muito significativa. Comecei a fazer ballet clássico com cinco anos, e permaneci em cima das sapatilhas de ponta durante 17 anos. Sou formada em ballet, mas tive que abandonar minha paixão por conta de um acidente de carro. Em 2006, quando ainda trabalhava como assessora de imprensa do senador Paulo Octávio, bati de frente em uma árvore e quebrei o meu pé esquerdo. Como não podia mais dançar, troquei os pés pelas mãos. Descobri minhas habilidades como DJ e passei a adotar outra forma de viver a música. Penso que nada é por acaso.

OsPaparazzi: Quais foram as dificuldades que você enfrentou no início da carreira de DJ?
Dahram: Graças à minha família, meus amigos e minhas amigas, sempre tive o apoio para me tornar quem sou hoje. Ao mesmo tempo, não é fácil entrar em uma profissão que é vista como de homem. A maior dificuldade veio com a mudança da minha visibilidade perante o público. Passei a ser conhecida de um dia para o outro. Com isso, muitas coisas mudaram e várias cobranças vieram. Hoje, preciso ter concentração redobrada por conta do título que carrego nas costas.
Dahram: as histórias da musa das baladasFoto: Andrea Schaefer e Ataides
OsPaparazzi: Além de DJ, você é jornalista. Por que decidiu entrar na área de comunicação?
Dahram: Gosto de mexer com o público, de conhecer novas pessoas e histórias. Há uma relação entre ser jornalista e ser DJ. Ambas as profissões exigem carisma e atenção para com o outro. Eu não consigo viver isolada da sociedade e ficar sem investigar. Tenho a necessidade de interagir com o público. Passei 12 anos em redação, apresentando programas de TV, produzindo reportagens e links 'ao vivo'. Em paralelo, exercia no Senado Federal a função de assessora de imprensa. Já fiz muita coisa relacionada à política, como participar de campanha, escrever um livro, colar adesivos em carros e perder uma noite de sono por causa do resultado de uma campanha. Enfim, eu amo as minhas profissões.

OsPaparazzi: Você afirmou, em outra entrevista, que decidiu deixar a carreira de assessora de lado para se focar como DJ. Por qual motivo tomou essa decisão?
Dahram: Para viver novas experiências. Não me arrependo, pois tenho meu lugar no jornalismo. Desejei um dia viajar por todo o Brasil, e hoje posso dizer que já fiz isso. Agora são novos caminhos. Novas facetas para sempre ter um desafio na vida.
Dahram: as histórias da musa das baladasFoto: Andrea Schaefer e Ataides
OsPaparazzi: O que seus familiares e amigos acharam dessa troca?
Dahram: Eu sempre tive o apoio de todos que me cercam. Meu pai vibra quando me vê em flyers, banners e outdoors. Não posso dizer que tive medo, pois não houve tempo para isso. Foi uma sucessão de acontecimentos maravilhosos, que só posso agradecer por tudo que aconteceu comigo. Para completar, tenho total apoio do meu namorado. Isso é fundamental para se viver em harmonia. Quando possível, ele me acompanha nas festas e entra na função de empresário. Tudo de forma bem positiva. E, na verdade, não houve uma troca. Quando eu conciliar as duas profissões, serei a pessoa mais feliz do mundo.

OsPaparazzi: Você venceu, em 2009, o 'Baladão do Faustão'. Como foi participar do concurso?
Dahram: Foi uma experiência maravilhosa. Jamais vou esquecer os momentos que vivi dentro do Projac. Sempre bem recebida pelos companheiros de batalha. Os bailarinos foram incríveis, e nos dedicamos de corpo e alma para vencer o concurso. Fui eu mesma durante as apresentações. Falei, empolguei o público, vibrei, dancei com os bailarinos e toquei o que achei que fosse levantar mais a plateia. Deu certo! (risos)

OsPaparazzi: O que mudou na sua vida após essa participação?
Dahram: Nossa, mudou muita coisa. Eu mudei, e minha concepção de ver a vida também. Passei a ter milhares de fãs pela América Latina. Pude tocar em muitos lugares, inclusive em outros países. Para se ter uma ideia, faltam apenas três capitais brasileiras para eu tocar: Porto Velho (RO), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). Mas, ao mesmo tempo, sempre mantive os pés no chão. Jamais deixei abalar meus valores como pessoa. Continuo com a mesma personalidade e isso me faz mais feliz. Ainda canto ao dirigir, danço em frente ao espelho, namoro, faço programinhas 'light' e saio com as minhas amigas para dar aquela gargalhada.

OsPaparazzi: A profissão de DJ é exercida, na maioria das vezes, por homens. Você sofre preconceito na área por ser uma mulher?
Dahram: No começo, que é mais normal haver algum tipo de preconceito, não teve. Porém, depois de vencer o 'Baladão', sofri, sim. Saíram matérias falando que eu era mais um rostinho bonito nas pick-ups. Mas desafiei essas línguas maldosas provando para elas 'para que vim'. Não me abalo com esse tipo de coisa, pois mantenho meu trabalho bem atualizado e estudado. Recentemente, organizei um encontro internacional de DJ?s em Brasília, onde moro. Chamei Patife, Angel, Analy Rosa, Elyvio Blower, Lucio Balla, Conrado, Raul Aguilera e outros. Todos aqueles que discutiram a profissão de DJ e a regulamentação da mesma. Foi uma prova de que o estigma ? para ser DJ precisa ser homem ? mudou. Hoje, portanto, o ramo já é bem difundido entre todas as classes, inclusive entre as mulheres. Isso é lindo, pois verificamos que a vontade de seguir a profissão é cada vez maior.
Dahram DjaneFoto: Andrea Schaefer e Ataides
OsPaparazzi: Além de se destacar pelo potencial nas pistas, você chama atenção pela sua beleza. Na profissão, isso é algo que ajuda, atrapalha ou é indiferente?
Dahram: Sem dúvida ajuda em alguns pontos. Seria hipocrisia de minha parte dizer que não. É um ponto a mais para me chamarem para uma festa. Entretanto, se eu fosse apenas uma mulher bonita, já teria caído no esquecimento há muito tempo. Meu conceito de festa é tocar simplesmente o que o povo quer ouvir, unindo minhas vertentes. Minhas novidades na pista sempre agradam por ser um som leve e melódico.

OsPaparazzi: Quais são seus sonhos como DJ?
Dahram: Meu maior sonho como DJ eu já realizei: ser a melhor DJ do Brasil. Agora pretendo produzir um álbum e bombar com ele pelo mundo afora.

OsPaparazzi: Você já tocou em outros países, como Bolívia e Chile. Quais são as diferenças das baladas nestes países para as brasileiras?
Dahram: É muito diferente. No Brasil, o público gosta mesmo de música eletrônica e já conhece o conceito. Lá fora, como na Bolívia, tudo é novidade. As pessoas curtem, mas é preciso ter outro estilo musical na festa para segurar público. Tive que adaptar minhas músicas antes de entrar em cena por lá. Peguei um estilo mais regional e deu certo. No Chile participei de um festival de trance, chamado 'Salvemos La Tierra'. Nesse, pude tocar um som mais underground, pois o público pedia isso.

OsPaparazzi: E no Brasil? Existe muita diferença entre as regiões?
Dahram: Sem dúvida. O Brasil é muito grande, e temos uma vasta cultura e diferenças entre as regiões. Se eu tocar o mesmo som que toco em Brasília no Acre, o público esvazia a pista imediatamente.

OsPaparazzi: Para o evento ser bom, é fundamental a sintonia entre o público e o DJ. Quais são suas técnicas para conseguir essa ligação?
Dahram: Estar com a antena ligada. Testar os vários estilos para ver o que funciona. Também é importante chegar antes para ver o que o outro DJ está tocando. Defendo quem diz que o som tem que ter a personalidade do DJ. No meu caso, toco a minha vertente e jogo com o público com as músicas da modinha. É fundamental ser flexível para atingir a alegria da galera.
Dahram: as histórias da musa das baladasFoto: Andrea Schaefer e Ataides
OsPaparazzi: Ser DJ é o sonho de muitos de jovens, afinal, comandar o som de uma festa parece ser algo alucinante. Porém, essa parte deve ser o resultado final de todo um processo. Por isso, conte como é o seu dia a dia de trabalho.
Dahram: É uma correria. São horas de busca, dia a dia, em frente ao computador. Procuro estar sempre antenada nas novidades. Acordo cedo e já entro em meu estúdio para atualizar minhas páginas e sites na internet. Depois, parto direto para os lançamentos. É bem corrido, mas vale a pena quando se tem dedicação e amor pelo o que faz.

OsPaparazzi: Quais conselhos você pode dar para quem deseja iniciar uma carreira?
Dahram: Persistência. Quando se tem um sonho, não se deve desistir dele jamais. Faz parte chorar e brigar com as legendas. Mas, quando se tem amor e acredita nos sonhos, tudo se torna possível. Digo isso não somente para a carreira de DJ, mas para todos os sonhos que aparecem nesta jornada.

Muito obrigada, e um mega beijo a todos!


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