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Bruno Ferrari entra na polêmica envolvendo Inpe e Bolsonaro

Jornalista do grupo Globo faz postagem no Twitter sobre caso Jair Bolsonaro e Inpe, com sede em São José dos Campos

Da Redação, publicado em 23/07/2019 e atualizado hoje.
O jornalista Bruno Ferrari, que é natural de São José dos Campos, utilizou o Twitter para opinar sobre o caso envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e o Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O Inpe tem sede em São José dos Campos. A seguir leia na íntegra a thread criada pelo jornalista na rede social. No site da rádio CBN, Ferrari tem destaque no canal Época Experiências Digitais, do Grupo Globo.
A sede do Inpe em São José dos CamposFoto: INPE
Após emitir a opinião, Bruno recebeu elogios e críticas. Os elogios defendem que ele 'lacrou' com o post. E as críticas defendem o posicionamento de Jair Bolsonaro no caso Inpe. Veja abaixo.

Opinião de @bferrari no Twitter sobre a intervenção de Bolsonaro no Inpe

Nasci e cresci em São José dos Campos, talvez uma das cidades mais prósperas do Brasil ao longo das últimas décadas. Uma região que se desenvolveu com alta concentração de tecnologia, conhecimento científico e educação de qualidade.

Lembro do orgulho com que os joseenses falavam do INPE. Pais de amigos trabalhavam no INPE, assim como na Embraer, no ITA, no CTA etc. Numa década de 80 de economia fechada e com pouco acesso a tecnologias, moradores de SJC tinham computadores avançados em casas.

Na escola que estudei, o desenvolvimento dos alunos era baseado na experimentação, na arte, na música e mesmo na matemática. Hoje ela seria classificada como 'comunista', mas na verdade era uma escola construtivista.

Também aprendíamos a programar em LOGO com os saudosos PCs com monitores de tela de fósforo verde. Quando mudei pra São Paulo, só fui tocar num computador no tradicional Liceu Pasteur no fim da década de 90. Antes, os alunos tinham aulas de datilografia em máquinas de escrever.

Em 2018, Jair Bolsonaro teve 60% dos votos em primeiro turno em S.J dos Campos. Haddad, Ciro, Alckimin, Amoêdo, Marina e Meirelles tiveram, juntos, metade disso. Seria uma vitória avassaladora na largada. No segundo turno, 279.797 joseenses (76,21%) apertaram 17 e confirmaram.

Hoje, Bolsonaro é o presidente que ataca não apenas uma das instituições mais queridas pelos cidadãos da cidade. Mas que faz um mandato baseado em destruir alguns dos patrimônios imateriais que ajudaram a construir São José dos Campos: a educação e o conhecimento científico.

Qualquer presidente de centro-direita ou direita teria o seu Paulo Guedes. Qualquer presidente antiPT governaria pró-mercado e faria as reformas necessárias para o país andar. Qualquer presidente sério não seria corrupto, porque me recuso a tratar honestidade como virtude.

A grande maioria dos meus conterrâneos escolheu em primeiro turno o mais nefasto deles. O candidato que, no limite, quer levar São José dos Campos de volta aos tempos agrários com o desmonte que está promovendo.

São José dos Campos é o exemplo gritante das concessões absurdas que estamos fazendo em troca de tirar um determinado grupo político do poder.

Os habitantes de uma das cidades mais prósperas do Brasil estão colocando em risco sua própria essência ao escolher e apoiar um bando de lunáticos grosseiros e negacionistas nos postos mais altos do comissariado brasileiro.

São José dos Campos deveria reagir e usar o seu acesso à educação e ao conhecimento científico para mostrar para o resto do país que não é preciso voltar 200 anos no tempo para corrigir uma década de supostos desmandos.


Visitamos as páginas dos últimos prefeitos de São José dos Campos no Twitter. Nenhum deles se pronunciou sobre a opinião do jornalista. Acessamos as contas de Felicio Ramuth (PSDB), Carlinhos Almeida (PT) e Eduardo Cury (PSDB).

Quem é Bruno Dias Ferrari?

Bruno Dias Ferrari nasceu em 14 de junho de 1985 em São José dos Campos (SP), no Vale do Paraíba e concluiu seus estudos em jornalismo em 2008 na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo.

Bruno é especialista em tecnologia e negócios, com mais de 10 anos de experiência. Iniciou seu estágio aos 18 anos em Executivos Financeiros. Ele também trabalhou em revistas de tecnologia da informação segmentada.

De 2007 até 2009 tabalhou como repórter da revista Info da Editora Abril, mudou-se para a revista Época da Editora Globo até janeiro de 2012 e retornou à Editora Abril como editor da Revista Exame.

Ele tem experiência em reportagem internacional em países como Estados Unidos, China, Alemanha, Espanha, Inglaterra e Argentina. Ele viaja para o Vale do Silício, o berço das maiores empresas de tecnologia, pelo menos uma vez por ano.

Pela Revista Epoca produziu, em colaboração com Alexandre Mansur, Camila Guimarães, Fabiana Montes e Daniella Cornachione e Paulo Nogueira, o artigo intitulado 'O Poder e o Risco das Redes Sociais' que ganhou o Prêmio Imprensa Embratel na categoria Relatório de Telecomunicações. Bruno também foi o vencedor do Prêmio Comunique-se 2012 na categoria Jornalista de Tecnologia do Ano e finalista do Prêmio Esso de Jornalismo com a reportagem de capa The Way to Prosperity, publicada em agosto de 2013 pela revista Exame. Na Época, Bruno Ferrari também opera o canal Digital Experiences, que traz novidades sobre tecnologia e redes sociais e é um dos mais visitados no site da revista.


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